domingo, 1 de abril de 2007

RELEMBRANDO HORÁCIO


Sê prudente, começa a apurar teu vinho, e nesse curto espaço
Abrevia as remotas expectativas. Mesmo enquanto falamos, o tempo,
Malvado, nos escapa: aproveita o dia de hoje, e não te fies no amanhã.
Horácio, Odes, Livro 1, ode 11, versos 6-8


O futuro é um relógio adiantado. Pelo menos assim é para mim.

Antecipo tudo na minha cabeça, desde um doce que pretendo comer amanhã até o sofrimento que ainda não veio pra mim.

CARPE DIEM!!! Os vermes que um dia roeram os vermes que um dia roeram os vermes que um dia roeram um certo poeta romano gritaram para mim do fundo do túmulo onde jaz a minha noção de tempo.

Seguir "carpediando" e´o meu grande sonho desde que descobri que não sou quem eu pensava ser...

Até quando viverei em eterno horário de verão?


... ... ...



Acho que no fundo, o futuro é um presente disfarçado de daqui a pouco, um agora que vem a cada segundo.

A distância entre presente e futuro é a mesma que existe entre vida e morte: distância tênue, quase imperceptível. Em um segundo estou assobiando enquanto ando pela calçada e, no seguinte, sou tragada pela mesma calçada em que caminho.

A gente perde tempo demais pensando num tempo que ainda não aconteceu e esquece de olhar ao redor e sentir o agora.

E se formos ainda mais além, perceberemos com mais clareza qual dos dois tempos - presente ou futuro - oferece maiores vantagens: o presente é a vida, já o futuro...


E o passado? É a experiência boa ou ruim. Sou hoje o resultado daquilo que vivi de alegre ou de triste. Algumas coisas em mim mudaram com as experiências; outras, felizmente ou infelizmente, continuam na minha essência e talvez continuem até a minha morte.

Mas a vida mesmo é o que a gente faz agora... ou deveria ser.

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