quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vagabundagem Intelectual



Não sei se é preguiça ou desinteresse mesmo. Sei que preciso estudar, e já me decidi por fazer a pós latu sensu em Educação à Distância. Mestrado fica pra depois. Depois? Sempre depois... Quando é que eu vou parar de empurrar esse mestrado com a barriga? Enfim.

Até para ler um bom livro eu ando desinteressada. Até me desconheço. Não sou nem sombra daquela adolescente meio nerd que lia dois, três livros por semana e vivia dentro da biblioteca municipal cavucando preciosidades. O mundo real podia acabar que eu estaria segura nos mundos fantasiosos em que penetrava através dos livros.

E escrever? Aff! É só ver há quanto tempo não escrevo nem aqui. Eu que tinha o hábito de encher agendas inteiras todos os dias na adolescência.

Pois é... Cadê essa pessoa?

Bom, essa pessoa, enquanto escreve essas mal traçadas linhas, está a pensar nas tarefas que tem a cumprir neste dia... Ela nem deveria estar aqui "perdendo tempo" a escrever essas bobagens porque ela tem coisas mais importantes para fazer, como preparar atividades para seus alunos e pensar em estratégias para fazê-los aprender alguma coisa. Parece que ela só se preocupa com isso agora. Ela acorda e dorme pensando nisso.

Diz a sabedoria popular que "em casa de pedreiro, o espeto é de pau". Eu cuido do intelecto dos outros, mas o meu anda largado. O jeito é ver se consigo resgatar um pouco daqueles tempos em que a atividade de ler e escrever não era só uma mera obrigação profissional como é hoje, mas um prazer quase orgásmico. Vez em quando, consigo recuperar uma faísca disso quando dou uma passada aqui ou quando visito blogs de pessoas com mais talento do que eu para as letras.
Sobra muita falta daqueles tempos...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Férias...

Tô de volta... Havia dito que voltaria a escrever com mais frequência, mas a verdade é que acho que perdi um pouco do interesse por escrever. Parece incrível, mas apesar de estar vivendo boas mudanças, a impressão que eu tenho é de que não estou conseguindo curtir tudo como deveria. Existe um lado baixo-astral que me acompanha onde quer que eu vá e do qual não consigo me livrar.
Mas não é sobre isso que quero falar.
Hoje é meu último dia de férias e confesso que pela primeira vez não estou sentindo aquela angústia da volta, embora a ansiedade exista. Sinal de que encaro a volta com naturalidade e não com aquele inferno astral que costuma acompanhar quem retorna ao trabalho depois de um bom período de descanso.
Viajei para Ilha Grande. Sim, Ilha Grande. Depois do acidente, ainda fiquei na dúvida se deveria viajar, mas como já tínhamos pago metade das diárias, resolvemos ir. Uma semana de paz e tranquilidade. Claro, o clima estava um pouco pesado, o número de turistas era bem menor do que o costumeiro, mas o fato é que o lugar é mesmo paradisíaco, vale a pena visitar. À noite, quando chovia, dava um certo medo, já que praticamente todas as pousadas da ilha ficam em beira de encostas, e a nossa não era diferente. A enseada de Araçatiba, onde nos hospedamos, fica a mais ou menos uma hora de barco da enseada do Bananal, onde ocorreu o desastre. Chegamos bem perto do local em um dos passeios de barco que fizemos. Claro, a Silvia tirou várias fotos. Visto de perto, a coisa é assustadora, e a impressão que se tem é de que ocorreu não um deslizamento normal, mas uma avalanche mesmo. É possível ver no lugar onde antes havia vegetação uma imensa rocha lisa.
Não me ligo nesse negócio que de vez em quando a gente vê na internet do tipo notas de dólar que quando dobradas formam imagens macabras, ou imagens que mostram poeira em forma de caveira nas torres gêmeas derrubadas em 2001. Mas confesso que fiquei arrepiada quando vi depois as fotos da enseada tiradas pela Sil. No lugar onde antes ficava a casa dos donos da pousada Sankay, em que morreu a filha deles, estava uma pedra gigantesca que posso jurar que, vista de longe na foto, tem formato de crânio humano. Mas acho que é uma impressão boba. Não gosto de levar essas coisas a sério.
Recomendo Ilha Grande, que pra mim é um dos lugares mais lindos do Brasil. Acho bobagem as pessoas se afastarem, afinal acredito que o que ocorreu foi uma grande fatalidade, claro, provocada pelo exagero de chuva que caiu nessas férias molhadas, mas achar que toda Angra dos Reis vai desabar se chover é o mesmo que pensar que todo o Haiti desabou com o terremoto, o que não é verdade.
Se você tem intenção de ir para Angra nas férias, vá. Os moradores de lá vivem essencialmente do turismo e visitar Angra ou Ilha Grande é uma forma de ajudá-los a se reerguerem das tragédias.