quarta-feira, 30 de maio de 2007

O que é isso agora? A era do gelo está de volta?


Ai que friiiiiiiiio nesse lugar. Alguém tem que avisar lá em cima que o inverno só começa dia 21 de junho, porra. Estou aqui vagabundeando enquanto deveria estar corrigindo as redações dos meus alunos da noite. Onde foi parar o meu senso de responsabilidade?

Sou professora, caramba! Formadora de mentes e de cidadãos, mediadora do conhecimento, alfabetizadora sem formação, psicóloga de improviso, levantadora de auto-estima caída, arremessadora de apagadores nos momentos de maior tensão. Sou uma profissional da educação, tenho que me dar o respeito! Fui...

Não, só mais um pouquinho, daqui a pouco eu vou, tá!
Vou tomar um cafezinho pra esquentar os dentes, como diz a minha mãe...

terça-feira, 29 de maio de 2007


Vai passar, eu sei que vai passar...
paciência... muita paciência...


Consolo na praia
(Carlos Drummond de Andrade - In: A Rosa do Povo)


Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.


O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.


Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?


A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.


Tudo somado, devias
precipitar-te de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

O Tudo É Uma Coisa Só
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli

"Porque eu tinha irmão, tinha irmã, tinha eh...eh...primas,primos, prima... tudo junto...né?tudo assim que nem nois ta aqui agora..."

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Boneca, panela, chinelo, carro, o nó que eu desamarro
Surge pra me dar um nó
Você aparece de repente e coloca em minha frente a dúvida maior
Se tudo que eu preciso se parece
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Balaio, de domingo eu não saio
De bambu e corda... so se for pra rezar
Luz... no cabelo e nos olhos
No sorriso do justo feito pra iluminar
Cruz... na parede e no púlpito
Nas nossas costas de súbito
Pesadas pra se carregar
Porta, abre e fecha o caminho
O balaio eu carrego sozinho e ilumino esta cruz
com meu jeito de andar... porque!!

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?


"A gente fica meio... meio desencontrado do que a gente é... né?... se abusá não dá nem tempo de aprende as coisa"

mãe, primo, pai, avô, padrinho, zelador juiz, vizinho, ]
[ tio, cunhado, irmão, avó
família é um assunto complicado
quem não gosto mora ao lado e o mais velho mora só
Pois traga um colchão aqui pra sala
por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Poeta, ouvidor, desenhista, musico, malabarista... comediante o que for
Todo mundo procura um lugar, pra poder compartilhar...
da dor e da alegria
Sarau em Arcoverde só de sexta venho aqui reivindicar
eu quero isso todo dia
Sarau na Arcoverde só de sexta venho aqui reivindicar
eu quero isso todo dia
"para os manos daqui... para os manos de lá!"

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Católico, evangélico, budista, macumbeiro, corintiano, espírita ou ateu
Todo mundo busca a paz interna
tamo aqui pra ser lanterna...foi assim que ele escreveu
Palavras e palavras e palavrase ainda acham que o deus do outro não pode ser meu

Quando juntarmos... você comigo...
Cordão umbilical e umbigo
A gente vai ser só um
E até lá eu não vou caminhar mais sozinho
O distante será meu vizinho...
e o tempo será...A hora que eu quiser!! Horas!!

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

domingo, 27 de maio de 2007

O tudo é uma coisa só?


Quando "tudo numa coisa só" traz o máximo de prazer.


Eu não sei como é que eu passei os cinco anos do meu curso de Letras sem nunca ter assistido ou participado de um sarau. Fui a um ontem à noite. A intenção na verdade era ver a apresentação da minha irmã cantando no grupo de vozes do IMES. O grupo foi o primeiro a se apresentar. Lindo. Depois o que vi foi uma enchurrada de apresentações artísticas de todos os tipos.

Recitação e interpretação de poemas, apresentações teatrais e musicais, e quem quisesse se apresentar fazendo qualquer coisa, era só se inscrever e apresentar.

Um exemplo de liberdade de expressão em que artistas de várias gerações se juntaram pra dar voz à sua arte: desde roqueiros estilo Curt Cobain até cantores veteranos com voz de Nelson Gonçalves; jovens atores vestidos de clowns fazendo as pessoas refletirem enquanto riem; um grupo de artistas mulheres veteranas dando uma lição de vida (As "esclerogirls"); um trio de cordas fantástico, dois violões e um bandolim, mostrando como é que se toca chorinho de primeira; poetas cantando o amor, o mundo e suas cruezas e a própria poesia. Enfim, arte.

Fiquei tão entusiasmada com tudo o que vi que tô até pensando numa possível apresentação minha no próximo sarau, dia 16 de junho. Quem sabe interpretar um poema meu ou de algum poeta maior.


Quando "tudo numa coisa só" pode fazer travar.


Manja computador quando você abre vários programas ao mesmo tempo e a memória do bicho é pouca? Pois é, o que acontece? Ele trava. E aí você tem que reiniciar a máquina pra ela reorganizar a memória.

Foi exatamente isso o que aconteceu comigo essa semana. Travei. A ponto de nem mesmo conseguir sair de casa para trabalhar: a gripe atacou forte, a ansiedade foi às alturas e minhas unhas viraram as vítimas inocentes da minha "trava". Aliás, que unhas?

Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo sem que eu tenha tempo de processar cada fato. Problemas na vida profissional, na afetiva, talvez já reflexos de outras questões pessoais mais profundas... São muitos problemas e quase ninguém pra me ouvir e principalmente, me compreender.

Isso sem falar que o casamento da minha irmã caçula já tá próximo e deixando não só a mim como a casa inteira à beira de um ataque de nervos. Todo mundo aqui em casa tá abrindo mão das coisas que gostaria de fazer esse ano pra poder dar um apoio moral e financeiro pro casamento. Família unida no amor e na solidariedade é assim, fazer o quê.

Pois é, tudo ao mesmo tempo agora. Se até as máquinas travam que dirá o ser humano. Algumas pessoas esquecem que são seres humanos e agem feito máquinas. Eu não me envergonho de dizer que sou uma fraca mortal.
Portanto, é hora de "reiniciar", e quem sabe recuperar a serenidade.

terça-feira, 22 de maio de 2007

O casamento da minha irmã caçula - Capítulo primeiro


O acontecimento do ano! O casamento da minha irmã caçula. Uma novela que já vem se extendendo por mais ou menos dois ou três anos, sei lá, e que culminará numa cerimônia de mais ou menos meia hora no final do mês que vem.

Ouvir os parentes e conhecidos falando: "Noossa! A caçula vai casar primeiro que as mais velhas..." já virou um pouco de rotina desde que finalmente o casalzinho resolveu parar de esquentar o sofá daqui de casa e começar a pensar em comprar o próprio sofá pra esquentar na casa deles (esquentar no bom sentido, porque a minha irmãzinha não é dessas coisas não, e quem sequer insinuar leva porrada!)

Ainda é um pouco estranho pra mim, pensar que aquela menininha gorducha e chorona que um dia eu peguei no colo (poucas vezes, porque sempre tive vergonha de pegar bebê no colo e não me pergunte por quê) vai daqui a um mês e pouco colocar um vestido de noiva e dizer sim na frente do juiz. Cara, essa é a constatação de que tô ficando velha mesmo.

Vou ser uma das madrinhas. Nem comprei o vestido ainda,aliás, a mulherada toda aqui de casa já providenciou o seu vestido, menos eu. E tem gente até dizendo que o maior acontecimento do ano nem vai ser o casamento da minha irmã e sim o dia em que eu entrar numa loja para experimentar vestido, e de festa ainda por cima. Até a minha prima que mora lá em Santo Amaro, longe pra dedéu, disse que era pra gente chamá-la nesse dia, porque a diversão será garantida.

Até o cara com quem eu vou fazer par, meu vizinho, já mandou me apressar porque ele quer comprar ou alugar o terno dele de acordo com a cor do meu vestido. Palavras dele dirigidas ao meu pai: "Meu, eu sei que a Patricia é meio do lance 'paz e amor', sossegadona, então apressa ela lá pra eu providenciar a minha beca também".

O pior de tudo nem é o vestido, é o sapato de salto-alto. A pessoa que inventou isso ou era uma mulher que não tinha amor aos próprios pés, ou um homem que quis se vingar em todas as mulheres do chifre que tomou da dele.

Bem, mas a minha irmãzinha vai se casar... e como eu disse, isso é uma novela, e toda novela tem vários capítulos, então, é provável que eu retome o assunto em outros posts.

domingo, 20 de maio de 2007

Psicologia pra quê?


Gostaria de entender o motivo pelo qual decidi que quero fazer faculdade de Psicologia. Desde a época do magistério enfiei a idéia na cabeça como uma obcessão. Desde então, quando comento sobre esse meu desejo, as pessoas têm pelo menos um comentário pronto pra fazer: "todo mundo que faz psicologia, no fundo quer mesmo é se auto-analisar." Ou então esse: "todo psicólogo é maluco, sabia?"

Maluca pode ser até que eu já esteja, mas ainda não me dei conta, e isso já pode ser um indício concreto da minha loucura, já que maluco não se dá conta de muita coisa mesmo. Outro forte sinal da minha suposta insanidade é o fato de ter escolhido o magistério como profissão - ninguém em sã consciência escolhe ser professor do jeito que a educação está hoje no Brasil.

Mas o que me intriga é as pessoas dizerem que quero ser psicóloga para me auto-analisar. Quero descobrir quem eu sou, será? Mas acho que se fosse isso, eu escolheria fazer Filosofia, porque questões existenciais estão mais pra essa área mesmo. Quero aprender como funciona a mente humana pra poder entender como funciona a minha? Cara, acredito que mesmo que eu engolisse a obra completa de Freud e de Lacan eu conseguiria entender o que se passa em minha mente.

Já entender o que se passa na cabeça do outro pode ser até mais fácil devido a um princípio presente em quase todas as ciências, especialmente as empíricas: o distanciamento, ou seja, o observador-pesquisador-cientista distancia-se do objeto para poder analisá-lo de maneira racional. É aquela velha história: quem tá de fora consegue enxergar coisas que quem está dentro do caldeirão, vivendo o calor do momento e do sentimento, não consegue. Essa é a razão pela qual até os psicólogos também têm os seus terapeutas, porque os coitados são filhos de Deus também.

Logo, não dá pra dizer que eu quero fazer Psicologia para me auto-analisar. Então, porque quero fazer psicologia?

Ué, porque talvez sendo psicóloga eu consiga lidar com um "atrapalhado" de cada vez, e não com tantos de uma vez, como lido todos os dias nas salas de aula nas quais trabalho!

Ué, talvez porque eu queira finalmente me realizar como profissional, coisa que eu não consigo como professora!

Ué, porque sim, Zequinha!




quinta-feira, 17 de maio de 2007

Lenço e Lençol
Vander Lee
Composição: Vander Lee

Me apaixonei
Entrei por uma rua sem saída
E já nem sei qual é a minha ou a sua vida
Acreditei que meu amor te fizesse feliz
Perdoa se fiz algum mal pelo bem que te quis

Não sei fazer o tipo mais correto
Eu nunca fui um poço de bom senso
Mas sei abrir a porta
Sei dizer o que penso
E quando quiser chorar
Pode me procurar
sou seu lenço

Não te prometo o céu nem vou te dar um teto
Não vou me transformar num caracol
Não sei andar tão reto
Não perco o futebol
Mas quando quiser se esquentar
Pode me procurar
sou seu lençol.

terça-feira, 15 de maio de 2007


Manhã de clima cinzento. Mas felizmente, o meu humor está ensolarado apesar da frustração de ter perdido a chance de dobrar o meu salário.

Ontem fui ver as aulas lá de São Caetano. Depois de esperar por quase três horas pela chegada do médico que faria o exame, fui atendida e encaminhada para o departamento de educação do município junto com mais dois professores que também haviam sido chamados.

Lá descobri que não poderia assumir o cargo por incompatiblidade de horário. As aulas eram pro horário da tarde e eu já trabalho à tarde. Azar o meu, tive que assinar um termo desistência da vaga, passando a minha oportunidade pra outro. Pra mim não valeria a pena sair de um emprego pra entrar em outro, queria conciliar os dois. Mas fazer o quê. O chato é que é a segunda vez que isso me acontece em concursos. Tá faltando um pouco mais de sorte.

Por outro lado, pelo menos vou poder continuar freqüentando a academia de musculação.

Mas tenho que começar a gastar menos. Tô virando uma consumista de mão cheia. Assim não tem dinheiro que chegue.

sábado, 12 de maio de 2007




Tô aqui diante deste teclado sem saber ao certo o que escrever. Mas tudo bem. Descobri que uma das minhas melhores amigas está grávida. Agora eu sou realmente a única da turma de cinco amigas quase inseparáveis que não casou e constituiu família. Mas isso não me incomoda. Nunca incomodou.


O que me incomoda agora é saber que esqueci da data do aniversário da outra grande amiga da turma de cinco amigas quase inseparáveis. Foi essa semana. Fiquei chateada comigo mesma. Ando preocupada demais com coisas que talvez nem valham a pena e esquecendo das pessoas que eu amo e que estão aqui do meu lado.


Parece que finalmente vou ter o meu segundo emprego. A prefeitura de São Caetano me chamou pra fazer o exame médico. Passei no concurso que fiz o ano passado e estava mesmo esperando. Não fiquei nem feliz e nem triste com o telegrama que chegou na quinta-feira avisando do exame. É mais sala de aula que vou enfrentar, mas também é mais uma graninha que vai entrar no meu bolso. E de grana eu preciso mesmo nesse momento.


Por falar em coisas que talvez não valham a pena, como é bom poder vomitar o sapo entalado na garganta antes que ele faça dela a sua morada. Tenho que começar a fazer isso mais vezes, me sinto bem melhor. Começo a perceber que muito da minha ansiedade vem do fato de não exprimir aquilo que sinto do jeito que sinto e na hora em que sinto.


É, a gente sempre aprende alguma coisa boa com o sofrimento que vem... e no meu caso, espero que o sofrimento me ajude a ter mais coragem, porque de medo eu já estou cheia.


Deixa eu parar por aqui, porque eu já escrevi até demais pra quem começou o texto sem saber ao certo o que escrever.


PS.: Eu disse: "talvez".






quarta-feira, 9 de maio de 2007

Virada à paulista


Ando com uma preguiça de escrever. Bom, mas vamos lá... No final de semana fui à Virada Cultural em SP. Não virei coisa nenhuma. Só assisti no sábado a um show com público recorde do Teatro Mágico - cerca de 40.ooo pessoas assistiram ao show - fato que não foi noticiado pela grande mídia, que preferiu dar destaque à confusão na madrugada de sábado no show do Racionais MC's. Um show com 40.000 pessoas sem confusão não mereceu uma única linha de destaque nos jornais impressos nem nos noticiários de TV. Bom, mas tudo bem...

Depois do show ficamos eu, minha irmã e meu cunhado passeando pelo centro velho. A impressão que me deu é de que realmente não há cidade no Brasil que seja mais cosmopolita do que SP. Gente de tudo quanto é tribo e estilo, família com filhos, gays, punks, bichos-grilo, e outros se misturaram aos mendigos e crianças de rua pra curtir as atrações culturais espalhadas por todos os cantos da cidade.

Voltei pra casa pra dormir e no dia seguinte, domingo, fui ver o show da Zélia Duncan no mesmo local onde ocorreu o do TM. Tinha muita gente também, mas acho que só a metade do que veio pra ver o TM. Ótimo show também.

São Paulo é realmente uma cidade interessante, apesar de ser fedida, cinzenta e cheia de contrastes sociais, como toda grande metrópole.

Não vou escrever mais. Tô deprimida desde segunda-feira, quando eu vi a cena patética da Maria Fernanda Cândido (veja que não é de qualquer mulher que estou falando) se ajoelhando e se humilhando aos pés do Toni Ramos ( aquele tufo de pêlo ambulante) naquela novela chata das oito, implorando pra que ele não a abandonasse mesmo que continuasse com a esposa e com mil amantes. E ele chutando e desprezando. Gente, que que foi aquilo? É o fim dos tempos? Que cena surreal, só em novela mesmo.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Primeiro de maio


Mais um feriadão que se vai, mais um mês que se inicia... Amanhã retorno ao trabalho com uma vontade imensa de não retornar. O trabalho é um mal necessário, fazer o quê. Por mais que aquilo lá me aborreça, é o que paga as minhas contas. Comentário estranho pra se fazer justamente no dia em que se comemora o dia do Trabalho, mas tudo bem.

Assisti a um show do TM no domingo. Maravilhoso como sempre. Eu é que parece que não estava na sintonia adequada. Um pouco daquela sensação de tristeza que me acompanhava antes de conhecer o TM voltou a me perseguir.

Mas agora é diferente, tô vivendo um momento de descobertas intensas, boas, mas que ao mesmo tempo me dão aperto no coração.

É tudo ao mesmo tempo fantástico e estranho, confuso muitas vezes. Ainda sinto uma sensação de que me falta algo, ou melhor, alguém... Por mais que eu queira evitar, esta ausência me persegue por todos os lugares onde vou. Por tempo indeterminado...