terça-feira, 30 de outubro de 2007

Mais algumas palavrinhas roubadas de alguém mais talentoso do que eu nas letras


Sonho Real – Lô Borges

A primeira vista
A paixão não tem defesa
Tem de ser um grande artista
Pra querer se segurar

Faz tremer a perna
Faz a bela virar fera
Quando alguém que a gente espera
Quer se chegar

Só de pensar
Já me faz mais feliz
Nem bem o amor começa
Eu já quero bis
Chega e instala a beleza
No mesmo momento. . .

Ilusão tão boa
Quando o astral de uma pessoa
Chega junto, roça a pele
E já quer se enroscar
Lê seu pensamento

Paralisa seu momento
Ao se encostar
Sonho real faz surpresa pra mim
e trança o meu destino com alguém assim
Chega e instala a beleza
No mesmo momento...

Felicidade pode estar pelo sim
Às vezes do seu lado
Tem alguém afim
Chega e instala a beleza
Momento de sonho real

Vem andar comigo
Numa beira de estrada
Desse lado ensolarado
Que eu achei pra caminhar
Vem meu anjo torto
Abusar do meu conforto
Ser meu bem em cada porto
Que eu ancorar

Sonho real faz surpresa pra mim
e trança o meu destino com alguém assim
Chega e instala a beleza
Momento de sonho real

Processando, reiniciando...

Por quê estão me faltanto palavras? Sei, as coisas estão embaralhadas ainda, mas de uma forma diferente, melhor, sim, muito melhor... Tudo tem acontecido de forma rápida e intensa, sem que eu tenha tempo de parar pra processar os fatos, se é que é possível mesmo processar os fatos.
Vivi uma semana realmente interessante.
A mostra cultural da escola em que trabalho me proporcionando um prazer diferente, que eu não esperava. Perceber o sorriso de alegria no rosto da minha aluna semi-analfabeta ao ver o poema escrito por ela exposto na mostra me fez pensar no porquê estamos neste mundo torto: pra fazer as outras pessoas felizes. Deixar nelas a nossa marca positiva.
Por ora, é o que posso dizer... palavras ainda me faltam.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Ow, cabeça! Ow Coração!


Labirinto
MPB4
Composição: Guilherme Arantes

Quero a sua mão no meu cabelo
Que é pra desembaraçar meu pensamento
Quero respirar o teu perfume
Que é pra descongestionar meu peito

O amor é um sentimento tão difícil de explicar
É um labirinto
Só pode a cada dia complicar
Cada dia melhorar

É um labirinto
Seu código é a frequência do olhar
Código do amor
Frequência do olhar
  • (Detalhe da foto: lesma perdida no meio de um labirinto de sal, imagina! Isso é que é estar perdido! HeHe! E quem é que não fica assim de vez em quando?Aliás, quem teve essa idéia o que tinha de criativo tinha também de desocupado)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ


Segunda-Feira preguiçosa... O final de semana foi tranquilo; domingo com direito a passeio na Avenida Paulista em companhia de novos amigos queridos. Continuo abusando na bebida, mas pelo menos desta vez não tava dirigindo.

Definitivamente, não suporto mais ficar em casa no fim de semana. Fico, mas a inquietação me faz ficar andando pra lá e pra cá. Às vezes sossego lendo um livro ou vendo TV, mas a vontade mesmo é de sair por aí, zanzar.

Sejamos sensatos, final de semana pra solteiro foi feito pra isso mesmo. E foi-se o tempo em que eu era caseira e só punha a cara pra fora quando era pra estudar e trabalhar.

No sábado à tarde uma amiga me ligou perguntando se eu não queria fazer um bico como fiscal de corredor nas Olímpiadas da Matemática. Mais do que depressa aceitei, porque tô numa situação em que se me chamarem pra vender laranja na feira nas horas vagas pra ganhar uns trocados a mais, eu vou.

Foi bom, me distraí, conheci gente nova, estabeleci contatos, revi a escola em que estudei entre os anos de 91 e 95. Faz tempo. A escola Visconde de Mauácontinua a mesma, o bom e velho Viscondinho. Me vi ali lembrando um tempo em que minhas únicas preocupações eram estudar feito doida para a prova de matemática, que sempre foi meu fraco, e fugir da vice-diretora, a Suely, quando eu e minhas amigas malucas Bete, Mônica, Arléa e Edna matávamos aula pra ficar jogando voley na quadra.

Nós causávamos sim, mas os professores, ao mesmo tempo em que tinham pavor de nós, tinham também respeito e admiração porque éramos, sem sombra de dúvida, o grupo mais unido daquela escola, e o mais inteligente, diga-se de passagem.

Cada época da nossa vida tem suas dores e delícias. A que vivo agora não foge a essa regra. Viver é bom por isso mesmo.

sábado, 20 de outubro de 2007

Uma olhada positiva pra dentro


Vida que volta ao normal aos poucos, apesar do gosto amargo que ainda está nela. Medo de sair de casa e de voltar pra casa, quando saio. Mas sei que vai passar.

Tô injuriada porque ultimamente não tenho escrito nada "pra cima" neste post. Sei que é o meu atual estado de espírito que está sendo refletido no que escrevo. Mas também sei que tenho uma mania escrota de só enxergar o lado negativo das coisas e pior, só perceber o que há de pior em mim.

Mas acho que isso não é um fenômeno individual. Culturalmente somos educados pra não falar sobre o que temos e somos de melhor. Desde criança aprendemos que quem fala bem de si mesmo é pretensioso e metido a besta. Pra você tomar ciência das suas qualidades, você precisava ouvir de outra pessoa: pai, mãe, professor, parente. Não que não seja importante, afinal ser chamado de burro ou imprestável destrói a auto-estima de qualquer um, principalmente quando se é criança e portanto, a personalidade ainda não está formada. Mas dar voz à criança e fazê-la enxergar suas qualidades é mais difícil, mas deveria ser o ideal pra formar adultos mais seguros.

Acho que é por isso que sempre procurei conviver com pessoas que veem a si mesmas como sendo as mais inteligentes, as mais bonitas, os mais espertas e interessantes que existem, e que por isso mesmo, acabam obtendo êxito em tudo o que se propõem fazer. Conheço várias pessoas que dizem: "não tenho medo de nada, confio no meu taco, sei da minha capacidade, não sou pior do que ninguém, eu faço, eu aconteço."

Morro de rir da minha irmã quando ela veste uma roupa nova e se planta na frente do espelho, dizendo: "linda, maravilhosa, gostosa", e sapeca um beijo no espelho. Só de uns tempos pra cá, muito recentementente, é que comecei a me olhar no espelho e fazer o mesmo. Já me acho mais bonita e atraente, presto mais atenção nos atrativos físicos que os outros de fora até percebiam, mas que eu nunca havia reparado por não acreditar serem bonitos de fato.

Mas, tentemos fazer o exercício: pense em pelo menos 5 qualidades suas agora. Difícil. Se fosse pra listar os defeitos, aposto que sairia mais fácil, pelo menos comigo assim acontece. Mas vou tentar agora.


5o. HONESTIDADE

"Não sei como é a vida de um patife, nunca o fui; mas a de um homem honesto é abominável" (Joseph de Maistre)

Sempre procurei ser honesta, embora nem sempre a honestidade me tenha sido útil. Nunca ficar com nada do que não me pertencia, cumprir promessas feitas, dizer a verdade do que sinto, nunca deixar uma conta sem pagar. Mas pessoas honestas num mundo torto sofrem à beça.


4o. GENEROSIDADE

"Procurando o bem dos nossos semelhantes encontramos o nosso" (Platão)

Sou generosa sim, e considero isso uma ótima qualidade minha. Às vezes sou generosa até demais. De vez em quando, dizer "não" é a atitude mais sábia.


3o. INTELIGÊNCIA

" O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma" (Albert Einstein)

É verdade sim, sou inteligente. Privilegiada, mas consciente de que nem sempre estou inspirada. Todo mundo comete gafes, né.


2o. PACIÊNCIA


"Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância."( Dalai Lama )

"Paciência: forma menor de desespero disfarçado de virtude. "( Ambrose Bierce )


Paciência talvez seja uma das minhas maiores qualidades. Bom, se não fosse paciente, não serviria pra ser professora, acho. Mas venho exercitando e provando muito a minha capacidade de ser paciente, na escola, principalmente. Tem sido cada dia mais difícil. Mas eu persisto.



1o. PERSISTÊNCIA

"Quando nada parece ajudar,eu olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada,a pedra se abre em duas e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes." (Jacob Riis)

Paciência e persistência andam juntas, de mãos dadas. É impossível ser persistente sem paciência. E eu persisto. Uma vez colocando uma idéia na cabeça, não desisto jamais; posso escorregar, cair, sangrar, mas sempre dou um jeito de me levantar e continuar lutando até conseguir o que quero. Acho só que neste momento da minha vida, o grande problema está sendo definir aonde quero chegar, só isso.

Mas desistir é uma palavra que não existe no meu vocabulário. Nunca desisto, no máximo mudo de idéia.

Eu poderia listar outras qualidades minhas, mas realmente acho muito mais fácil quando outros reparam nelas e me falam, do que eu mesma pensar. Mas é um exercício que todo mundo deveria fazer.

Só espero que esse post não tenha ficado com cara de auto-ajuda. Detestaria ser comparada ao Lair Ribeiro.




terça-feira, 16 de outubro de 2007

Presente de dia dos professores


Não chegou a ser trágico mas foi traumático, sim.
Ter uma arma apontada para a sua cara e um qualquer exigindo que você entregue algo que lhe custou muito sacrifício para comprar não é a melhor situação que se possa viver.
Mas, como eu disse, não chegou a ser trágico. O carro tem seguro, já a minha vida ou a de alguém querido que por ventura saísse na porta no exato momento do delito para tentar me socorrer, não. Menos mal.
Choro, delegacia, B.O. Mais choro. Noite de cão que se passa, corpo encolhido na cama, numa sensação de impotência e medo, abraço de pai e mãe pra aliviar.
O dia amanheceu e com ele chegou o telefonema da polícia dizendo que haviam encontrado o carro abandonado num bairro perto daqui. O carro, inteiro, ou quase.
O que não havia mais: bolsa com documentos e dinheiro, toca-cd (básico!), um porta cd com quase trinta cds, incluindo alguns emprestados, a minha jaqueta verde que eu amava, até o guarda-chuva, o que é até compreensível já que a noite foi chuvosa.
Mas tudo isso eram apenas bens materiais. A gente compra de novo, nem que seja para novamente o meliante reclamar para si.
Agora, o mais importante está aqui comigo: eu mesma, meio aos pedaços por dentro, mas inteira por fora.
Além de mim, as pessoas que amo, todas aqui... ou ali... ou acolá... mas sempre de alguma forma, presentes. O que mais posso querer?

domingo, 14 de outubro de 2007

Então, o que quero mesmo?


Resposta: Sim, no fundo o que quero mesmo é sair de casa e morar com alguém ou "alguéns". Claro que tudo vai depender de N coisas que tenho que resolver até lá, mas principalmente vai depender de resolver as minhas próprias crises. Crises financeiras? Também. Crises profissionais? Também. Mas a principal crise é a crise moral. Cara, não me peça pra explicar porque não saberia agora. Se não conseguir resolver isso, não consigo resolver mais nada.

Tá, me sinto perdida, acho que nunca me senti tão perdida na vida, e ao mesmo tempo, nunca me senti tão eu mesma... Ruim isso? Não sei. Mas tenho uma mania terrível (ou seria melhor chamar virtude terrível?) de acreditar que no final tudo vai dar certo. O problema é saber onde fica o final.

Tenho que ser sincera comigo mesma nesse momento e com as pessoas amigas que eu sei que passam por esse blog de vez em quando ou sempre: me falta atitude. Há tempos. A minha última grande e tardia atitude foi dar o tiro de misericórdia num namoro em estado terminal. Matei o namoro antes que o namoro me matasse.

De lá pra cá, quais outras decisões importantes tomei pra minha vida? É pra se pensar.


... ??? ... ??? ... ??? ... ??? ...


Aff, tô detestando escrever isso. Mas tô escrevendo pra tentar organizar minhas idéias, como se o blog fosse nesse momento uma especie de divã onde eu me deitasse e começasse a falar sobre (quase) tudo o que me aflige pra um analista virtual. Quem sabe, enquanto escrevo, não me dá um insight e eu não consiga finalmente entender como tenho que organizar a minha vida.

A minha gripe tá fazendo o meu nariz entupir e minha voz ficar rouca e fanhosa. Quando a sensação de sufocamento parece ficar insuportável, pingo duas gotinhas de Neosoro pra descongestionar as vias nasais. Resultado: sensação de alívio imediato, liberdade pra respirar, voz que volta ao normal. Clareza. Alguém conhece um Neosoro que sirva pra descongestionar as idéias?

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Mais uma gorfada mental pra ver se limpa as idéias

Tanta conta pra pagar,
Tanta decisão pra tomar,
Tanta ressaca e gripe pra curar,
Tanta dúvida pra tirar,
Tanta aula pra dar,
Tanta gente pra (graças a Deus) amar
Tanto sonho pra realizar
Tanto medo pra domar
Tanta... Tanto... uffa

Hora de começar a priorizar, pensar, dialogar comigo mesma num monólogo ensimesmado ( Santa redundância, Batman!!), Enfim, quero o quê da minha vida primeiro?

A -( ) Morar sozinha? ( ou com alguém ou "alguéns"?)
B -( )Fazer Faculdade? ( De novo?!)
C - ( ) Fazer uma especialização ou mestrado?
D -( ) Nenhuma das anteriores, vou é virar hippie e montar uma barraquinha de bijouterias e parar de pensar nisso tudo?

Fique atento para a resposta no próximo capítulo... digo, post.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Desabafo...


"Vou pondo em teu cabelo cinzas de relâmpago e fitas que dormiam na chuva... Toda manhã é o quadro negro onde te invento e te desenho, pronto a apagar-te, busco tua soma, a borda do copo onde o vinho é também a lua e o espelho...

Além disso te quero, e faz tempo e frio. "

(Julio Cortázar)


Tudo o que sinto, todo o amor ou seja lá o que for isso que sinto não cabe dentro de mim nem em todo o espaço que tenho disponível aqui.

Todo esse sentimento que transborda, toda essa falta de algo que ainda não há...

Minha alma sai de mim e quer estar contigo, e está... Tudo que queria agora é que a tua alma também quisesse estar comigo.

Barreiras existem e são muitas, tantas tantas que já deveria ter desistido.

Mas não quero te esquecer e talvez por isso o sentimento persiste, insiste em te querer.

Contudo, ainda tenho um consolo porque penso que, neste caso, não querer também é poder.