segunda-feira, 19 de março de 2012

Saudosismo...

Fonte: http://www.culturamix.com/wp-content/uploads/2009/05/carta-namorado-2.jpg
Voltei? Não, não voltei. Estou só passando por aqui para treinar um pouco a minha escrita. Há algum tempo não escrevo nada, e não é só aqui. E mesmo quando escrevo, não é mais manuscrito, é sempre digitando em um teclado e olhando para uma tela.
Hoje me lembrei da época em que escrevia cartas, dessas que a gente fazia no papel, à caneta, colocava o endereço no envelope, selava e punha no correio. Quem tem menos de vinte anos nem sabe o que é isso.  Foi lá na pré-história, antes de existir esse lance de internet, e-mail, redes sociais etc.
Eu me correspondia com algumas pessoas cujo endereço pegava daquelas revistinhas de adolescente, tipo Carícia e Capricho, em que sempre havia anúncios de pessoas querendo fazer novas amizades (ou algo mais) com gente de todo Brasil. Cheguei a me corresponder por mais de dois anos com uma menina lá do Pará. "Conversávamos" sobre tudo nas cartas e era muito bom escrever e depois de um tempo, geralmente quinze dias,  olhar a caixa de correio e receber o envelope todo colorido que ela mandava com a resposta; duas, três, até quatro folhas repletas.
Era uma sensação muito boa aquela ansiedade de esperar pela resposta. Geralmente eu respondia no mesmo dia e postava no correio.
Pois é, hoje, com a rapidez proporcionada pelo email e pelas redes sociais, você pode mandar a mensagem que quiser na hora em que quiser para qualquer canto do planeta e receber a resposta segundos depois.Sensacional? Ah, sem dúvida a internet revolucionou os meios de comunicação. Poder ter uma resposta imediata de uma mensagem enviada para o outro lado do planeta é mesmo um avanço espantoso.
Só que, cá entre nós, tirou um pouco da magia de escrever e receber mensagens pelo correio, tirou aquela ansiedade gostosa da espera, de ir verificar  a caixa de correio e sentir aquela alegria de pegar o envelope na mão, abri-lo e ler as palavras escritas de próprio punho, às vezes até com o perfume dela impregnado no papel, uma foto que vinha junto, um desenho pintado com canetinha. Era um pouco da pessoa que estava ali naquele pedaço de papel.
As cartas manuscritas e enviadas por correio continham a vida que os emails nunca poderão ter.