sexta-feira, 6 de julho de 2007

O casamento da minha irmã caçula - último capítulo


Finalmente tô com tempo pra escrever aqui e dizer um pouco de como foi o casamento da minha irmãzinha caçula linda.

Vestidos alugados, parentes chegando para se arrumar em casa, ansiedade a mil...

Finalmente a bomba-relógio explodiu, mas entre mortos e feridos, todos sobreviveram.

Na quinta-feira, dia anterior ao casamento, houve um pequeno arranca-rabo entre minhas irmãs e os organizadores do bifê. Eles tinham combinado conosco que viriam em certo horário para ver o salão da festa, mas chegaram com três horas de atraso. Minhas irmãs ligaram pro celular deles, pra casa deles, até pra mãe de um deles pra ver se conseguia achá-los.

Quando a gente já estava pensando que minha irmã havia tomado um calote, eis que a campanhia toca e aparecem os margaridos na porta. Minha irmã caçula desceu já chorando, acho que mais de alívio que de raiva; a do meio desceu xingando, com aquele jeitinho delicado que só ela tem. O meu pai desceu em seguida. Ficaram as minhas irmãs discutindo com eles e meu pai tentando pôr panos quentes. Tadinho, ele é da paz.

Mas, enfim, tudo se resolveu e no dia seguinte seria o casamento.

Fazia já uns quinze dias que o sol brilhava lindo no céu e nós todos pensávamos: nossa, o tempo vai estar bom no dia do casamento deles! Amanheci o dia com a ponta do nariz gelada: mal sinal. Botei a cara pra fora de casa e vi que a terra da garoa estava fazendo juz ao seu famoso epíteto naquele momento.

Um frio terrível, infelizmente, não só na barriga.

E pra colocar o vestido? Um tecido frio que só gelo. Mas acho que valeu a pena, porque saí do meu contexto. Nem eu me reconheci. O sapato de salto alto ficou tão perfeito em mim que eu até esqueci que o estava usando. Entrei como madrinha ao lado do meu vizinho, elegante e cavalheiro como poucos hoje em dia.

Minha irmãzinha ficou linda de noiva! Era difícil de acreditar que estávamos vendo aquele momento acontecer. Mesmo eu, que costumo ser indiferente quando o assunto é casamento-noiva-vestido-de-noiva, fiquei embasbacada quando a vi.

Todos nós, padrinhos, esperando pra entrar e me bateu um cagaço fora de hora: não sabia se estava tremendo de frio ou de nervosismo. Bateu um medo de sei lá o que, e quem pagou o pato foi o DJ responsável pela trilha sonora que nós três havíamos escolhido. Escolhemos duas músicas para entrada de padrinhos e pais, uma para o noivo, uma para a noiva e duas para os cumprimentos e a saída. Comecei a ficar meio neurótica, achando que o DJ estava trocando a ordem das músicas. Acenei umas duas vezes quase gritando: "Não é essa música agora!". Mas era.

E deu tudo certo. Meu pai entrou com ela no braço, o queixo tremendo, tentando controlar a emoção. Minha mãe lá, com o nariz vermelho, quase explodindo. Aquele bando de gente, entre padrinhos, noivos e pais pra colocar a assinatura num espaço pequenininho dentro do livro. Cumprimentos, palmas.

A festa. Apesar do estresse do dia anterior com o pessoal do bifê, a decoração e o jantar estavam perfeitos, ou quase perfeitos. Todos eles pisando em ovos por causa da minha irmã do meio, que é dura na queda. Todo e qualquer probleminha era com ela que iam falar, para se justificar talvez.

Os convidados: vizinhos, amigos, gente que eu nunca vi na vida, parentes próximos e distantes. Entre esses últimos, uma única representante dos meus tios do lado do meu pai, a única que pela disponibilidade poderia não aparecer na festa, por ter uma filha adolescente com síndrome de down que dá bastante trabalho. Mas por consideração ao meu pai, saiu de lá do interior, deixou a filha com a outra filha já casada e veio ver o casamento. Os parentes dele daqui de perto, bom, melhor não comentar.

Ademais, aquelas coisas clássicas que acontecem numa festa de casamento: o momento de jogar o buquê, em que sempre duas moças solteiras acabam disputando o ramalhete quase a tapas; os tios e primos mais gulosos escondendo salgadinho e brigadeiro no bolso pra comer em casa; fotos, milhares de fotos. E por falar em fotos, o vídeo com as fotos foi um sucesso. Tanto que minha irmã recebeu um convite do DJ para fazer vídeos para outros casamentos, recebendo em pecúnia, claro.

No final, emoção na despedida dos noivos, que viajariam no dia seguinte em lua-de-mel.

Graças a Deus. Acabou. Ou melhor, começou, uma nova fase para eles e para nós também.

E fomos todos felizes para sempre...



Nenhum comentário: