sábado, 18 de agosto de 2007

Loucura, loucura, loucura!!!


Mais um sábado à noite em casa... Tô até estranhando, mas nesse momento acho que é necessário esse tempo. Não sei até que ponto ficar sozinha comigo mesma seja algo bom, mas vou aproveitar o momento de introspecção para tentar pôr as idéias em ordem.

Meu trabalho não me chateia mais, acho que me acostumei ou me acomodei ao fato de que existem certas coisas que fogem mesmo do nosso controle e que por isso o estresse acaba sendo em vão. Antes de ser professora, sou um ser humano, pôxa!

Vejo alguns professores na escola em que trabalho ficando doentes por causa dos problemas da profissão. Esses problemas são incontáveis, como já postei aqui uma vez: de um lado, alunos que não rendem ou porque faltam muito ou porque não estão nem aí para aprender a matéria, ou as duas coisas; de outro, professores sendo cobrados para fazer com que esses alunos aprendam. O sistema de ensino, muito assistencialista, não ajuda.

Esses e outros problemas - que só quem entra na sala de aula todo dia é que conhece - contribuem para o número elevado de licenças médicas e o aumento do número de profissionais que procuram o setor de psiquiatria do famigerado Hospital do Servidor Público de São Paulo (lembro de ter lido em algum lugar que cerca de 70% dos servidores públicos que adentram os corredores desse setor são professores). Já ouvi casos bizarros: professor que na sala de espera, grita com funcionários e médicos como se estivesse falando com alunos, outro que vira para a parede do hospital e começa a fazer que está escrevendo na lousa, e por aí vai... Uma professora uma vez me disse que ficou tão nervosa por causa dos alunos, que chegando em casa, mandou a TV que estava ligada em volume alto calar a boca!

Bom, prevenir é melhor do que remediar. Eu sei que já tenho uma leve tendência ao surto, embora não pareça. Por isso, tomei uma vacina anti-estresse e coisas que antes me incomodavam horrores, hoje não incomodam mais.

Essa vacina anti-estresse consiste em fazer pequenas grandes coisas bem prazerosas nas horas vagas. No meu caso essas coisas são: ler um bom livro, sair pra conversar com bons amigos e tomar uma cerveja, sair pra comer fora uma vez ou outra, arranhar umas músicas no violão, conversar no msn, postar neste blog, fazer sessões de massoterapia ou, simplesmente, se dar o direito de abonar um dia pra ficar de bunda pra cima. Diga-se de passagem, costumo chamar o dia em que abono de "o dia do foda-se".

Aliás, como felizmente nem tudo é desvantagem na profissão, o fato de podermos abonar dez dias no ano ajuda bastante quando precisamos mesmo dar um tempo pra cabeça, e precisamos, viu? E se eu tenho esse direito, por que não vou aproveitá-lo? Todo trabalhador deveria ter esse direito também.

A verdade é que trabalho estressa e, não importa qual seja a sua profissão, DESENCANAR é preciso, por uma questão de higiene mental. Se for pra enlouquecer, que seja de prazer!

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