"Aconteceu quando a gente não esperava.
Aconteceu sem um sino pra tocar.
Aconteceu diferente das histórias,
os romances e as memórias têm costume de contar.
Aconteceu sem que o chão tivesse estrelas.
Aconteceu sem um raio de luar.
Aconteceu sem que o mundo agradecesse,
sem que as rosas florescessem,
sem um canto de louvor.
Aconteceu sem que houvesse nenhum drama.
Só o tempo fez a cama
como em todo grande amor."
(Péricles Cavalcanti)
Ela teria todos os motivos do mundo para enlouquecer, mas lida com todas as adversidades da vida com racionalidade e, principalmente, serenidade. Pesa todos os prós e contras antes de tomar qualquer decisão e, como ela mesma disse uma vez para mim, molha o travesseiro de tanto chorar, mas no final consegue que tudo dê certo.
Acho que ela só me trocaria pelos três gatos que tem em casa, de quem cuida como se fossem os filhos que ainda não tem. Aliás, eles são os únicos motivos pra ela me dar alguma bronca: "Não joga fumaça de cigarro na Bruna!" ou "não bate assim na bunda dela". Confesso que às vezes "judio" dos bichinhos só pra vê-la ficar brava. Eu adoro as caras e bocas que ela faz sempre que alguém fala de gatos ou sempre que aparecem imagens de bichanos ou outros bichos fofos na TV.
Ela também pega no meu pé quando bebo um pouco além da conta, tanto que diminuí as cervejas por causa dela. Tá certa, fica preocupada porque quase sempre depois eu vou dirigir.
Sei que quando ela olha pra mim, acredito na existência do amor verdadeiro. A vida fica mais leve porque ela está comigo segurando a minha mão. O seu sorriso vem com bônus porque seus olhos sorriem junto com os lábios numa ternura inexplicável. Quando me abraça, o faz como se fosse a última vez, com uma entrega absoluta.
Me respeita como nunca fui respeitada nos meus relacionamentos anteriores. Por trás da sua aparente fragilidade, se esconde alguém com a força e a independência que só quem já sofreu muito na vida é capaz de ter. E é essa força que ela procura passar pra mim nos momentos em que penso que nada está dando certo.
A verdade é que me deparei com um tipo de amor diferente desta vez: amor à prestação, que se constrói aos poucos. Claro que é bom, e é fato que já não consigo mais me imaginar sem tê-la comigo. E sei que um dia vou poder dizer-lhe olhando nos olhos sem sombra de dúvida nem medo algum: EU TE AMO.
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