quarta-feira, 28 de novembro de 2007


Nossa, abandonei o blog! Parece que só venho aqui quando a coisa fica estranha na minha vida. Agora que estou feliz de morrer, parece que me faltam palavras pra dizer. Comecei o ano sem vida social, com uma dúvida cruel na cabeça, sentindo o coração murcho de tanto não me apaixonar por ninguém, cansada de tanto ter sofrido na escola em que trabalhei no ano passado, e sem plano na vida. Agora chego ao final do ano tão lotada de coisa pra fazer no final de semana que tem coisa que não dá tempo de fazer e acaba ficando pra semana, e haja falta abonada. Fiz poucos, mas ótimos amigos. Vivi dois grandes amores. O primeiro me machucou mas me ensinou muito, e no final das contas restou uma amizade que acredito que deve durar a vida inteira; o segundo é o que está comigo agora, me fazendo feliz à beça, me fazendo acreditar que amar vale a pena e dando aquele colorido de arco-íris pra minha vida.

Já vou começar o ano de 2008 com viagem marcada pra nada mais nada menos que Fortaleza; com planos de ingressar num mestrado, ou pelo menos experimentar pra ver no que dá; com planos de juntar uma grana pra sair de casa, e provavelmente com uma aliança de compromissono no dedo direito, coisa que sempre quis usar mas que nunca tive oportunidade; e com uma possibilidade de continuar na mesma escola e que trabalhei esse ano.

Bom, ainda tenho que organizar a minha listinha das dez coisas que quero realizar para o ano que vem, mas já adiantei aqui algumas delas.

Viver, definitivamente, é muito bom.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007


Véspera de um feriadão com duas pontes que são verdadeiros viadutos. Seis dias, dá pra ir à Disneylândia ver o Chapolin Colorado e voltar, como disse uma amiga minha. Todo mundo na escola super feliz porque vai ficar longe daquela zona por quase uma semana. Quer dizer, todos estavam felizes. A diretora da escola fez questão de jogar água no chope da galera e decretou uma reposição de greve na sexta-feira, e o que é pior, cumprindo horário normal de aula.

Isso quer dizer que, teoricamente (repetindo: teoricamente) eu teria que ficar na escola das três até às nove e meia da noite. Numa sexta-feira-ponte -de-super-feriadão. Na teoria, nós estaríamos na escola cumprindo funções burocráticas; porém, na prática, é bem possível que o grupo de professores seríssimos e cumpridores dos seus deveres aperte a teclinha do foda-se e pique a mula pro boteco lá perto, pra tomar cerveja, comer espetinho de "gato" e falar do decote indecente da blusa da diretora. Não vou nem precisar ir à Disneylândia pra me divertir.

Ontem entrei na turma para a qual me dirigi tão gentilmente no post anterior a este. Cheguei e já dei de cara com um dando um "pedala-robinho" no outro; um terceiro jogando bolinha de papel no quarto, um quinto rabiscando a lousa, uma meia-dúzia pra fora da sala e assim por diante. Um berreiro de dar medo. Parei na porta, olhei e apenas disse: não vou nem entrar nessa sala. Virei as costas e fui para a sala dos professores. Só voltei depois que o professor-coordenador foi até lá e botou ordem na bagunça. Mesmo assim, tive que colocar três pra fora pra poder dar continuidade à aula e tive também que sair uma vez pra beber água porque a voz me faltou de tanto que gritei. Mesmo assim, acho que bati o meu record em termos de calma e paciência com aquela sala e até consegui dar aula. Entre um berro e outro, a hora passou até que rápido. Sim, é verdade, tive que me controlar para não mandá-los literalmente f....

O que importa é que estamos em véspera de um feriadão de seis dias que promete, e o meu bom humor está nas alturas!! Portanto, curtam muito, porque eu vou curtir!






terça-feira, 13 de novembro de 2007

Tenho que trabalhar mesmo?

Ai, quase hora de ir trabalhar. O que me consola é que a semana vai ser mais curta. Duas aulas numa sala que é o ó do borogodó, talvez a pior turma que já tive desde que me iniciei nessa carreira de louco. É aquele tipo de turma que você pode se virar de cabeça pra baixo pra chamar a atenção, mas mesmo assim, eles não param de bagunçar. Até desencanei de preparar aula pra eles. Passei o ano todo tentando, conversando, chamando a atenção, dizendo "olha, turminha, vocês não vão chegar a lugar nenhum agindo desse jeito", chamando pai e mãe pra conversar, saindo da sala e xingando meio mundo depois disso tudo, mas... nada adiantou. Então, agora que estamos quase no fim do ano letivo, eu tenho só uma pequena coisinha pra dizer a essa turma: Fodam-se vocês. É anti-ético o que estou dizendo? Foda-se também. Não quero fazer parte do número cada vez maior de professores que pede licença por depressão. Eu me recuso.
O ano que vem a gente tenta de novo, porque a porra da esperança a gente nunca deixa de ter, mesmo.
Sinceramente, ando tão na boa, mas tão na boa que os alunos vão me enlouquecer sim, mas eu não vou estar nem aí. Se preciso for, até sair da sala e deixá-los falando sozinhos eu sou capaz de fazer.
A vida é mais do que isso. GRAÇAS A DEUS!!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007


Ai que ano agitado! Intenso. Fazendo um pequeno balanço. Pensando em planos (Planos?) para o ano que vem.

Esse foi um ano que profissionalmente nem cheirou nem fedeu. Em janeiro passado, lembro que havia escrito em algum lugar que esse ano a palavra de ordem no trabalho seria DE-SEN-CA-NAR, assim , silabado mesmo, pra que cada sílaba penetrasse bem devagar na parte do cérebro que cuida do estresse.

Acabei entrando pra uma escola em que todos de certa forma tem essa filosofia também. É impressionante a diferença de clima entre a escola que trabalhei o ano passado e essa. O ano passado pensei que fosse enlouquecer com a pressão da diretora nazista que dominava por lá. Sem falar nos alunos. Professores acuados, sem coragem de enfrentar a ditadora, alunos dominando tudo, e a diretora pondo a culpa da indisciplina deles nos professores incompetentes que não sabiam dominar a sala.

Esse ano entrei pra uma escola em que pode-se dizer que são os professores que dominam. O clima bem diferente e os alunos, embora também indisciplinados, tem uma postura mais "respeitosa" em relação aos professores e funcionários. Me sinto bem lá, e pela primeira vez, senti vontade de ficar na mesma escola por mais de um ano letivo. Até amigos eu consegui fazer lá, coisa que não consegui nas outras duas escolas por onde passei.

Mas o fato é que não vejo a hora de chegarem as férias. Esse semestre tá sendo financeiramente osso pra mim. . Gastei muito, é verdade. E há pouco tempo descobri que devo para o leão do imposto de renda. Quem manda ter ganho rios de dinheiro o ano passado, né. Vou resolver esse pepino só o mês que vem, já que não tenho dinheiro pra pagar a multa esse mês.

Acho que vou tentar um mestrado o ano que vem. Ow, cabeça louca essa minha. O que eu quero, afinal? Bom, o fato é que preciso de uma boa desculpa para sair de casa, de repente um mestrado na USP possa ser a desculpa perfeita. Vou morar em SP para ficar mais perto do local de estudo. Aí, quando chegar outubro de 2008, peço remoção pra coordenadoria do Butantã e vou dar aula lá por perto também. Por que não unir o útil ao agradável?

Cacete, por que preciso de desculpas? Sou uma mulher madura, de quase trinta e dois anos de idade, financeiramente independente e que talvez por tudo isso quer sair da barra da saia dos pais. Eu quero sentir na pele DE VERDADE o que é viver por conta própria. Além disso, quero não precisar ficar me preocupando com a hora que eu vou chegar em casa porque vou deixar meus pais preocupados porque não cheguei ainda. Meu, não preciso mais passar por isso. Nem eles também. Não tenho mais 16 anos.

Mas pelo menos, as metas estão aos poucos aparecendo, tomando forma, não são mais uma massa amorfa no meu cérebro ainda confuso. Isso é bom... 2008 promete.












domingo, 4 de novembro de 2007

No dia de finados, aqui jaz a tristeza


"Alegria / eu vou te dar alegria / eu vou parar de chorar / eu vou raiar um novo dia / eu vou sair do fundo do mar - eu vou sair da beira do abismo / e dançar e dançar e dançar." (Arnaldo Antunes)


O encontro foi marcado para as três e meia perto da catraca do metrô Consolação. Depois de cinco dias conversando com palavras escritas e trocando algumas faladas por telefone, lá estávamos, olho no olho, um sentindo de perto o jeito do outro.

O chamado "feeling" rolou desde a primeira teclada; parecia que eu já sabia que estava conhecendo alguém especial antes mesmo de conhecer de fato.

Mas agora era momento de ouvir e observar. Timidez de ambas as partes, embora o meu primeiro impulso ao encarar o seu rosto e beijá-lo tenha sido de desviar o beijo de cUmprimento e transformá-lo em beijo de cOmprimento... mas tudo a seu tempo.

Nem sabíamos direito para onde estávamos indo. Paramos num bar ali mesmo, perto da Av. Paulista. Precisávamos conversar, nos conhecer mais, e pra isso qualquer boteco mais apresentável servia de cenário.

Conversa que rolou solta, (quase) desinteressada. Falou-se de profissão, vida amorosa (passada), idéias, sonhos; e fumou-se muito, muito mesmo, não sei se tanto por vício ou se para controlar a ansiedade que foi aumentando conforme o motivo principal do encontro foi ficando cada vez mais inevitável. Afinal, ficou óbvio que aquele encontro ia render, dada a sintonia que nossas idéias apresentavam entre si.

De repente, assunto que acabou. Não que não houvesse mais assunto. É que tem um momento, num encontro em que ocorre vontades mútuas, que as palavras começam a perder a utilidade. É o momento em que os olhos falam mais do que as línguas e estas, como a adivinhar o que virá, preparam-se para comprir, digo, cumprir sua outra função, mais muda e menos nutricional, se é que os leitores me entendem.

Mas a timidez ainda era enorme e nossos sorrisos nervosos pareciam ser a medida da complexidade e da intensidade daquele instante. Minha mão gelada sustentava o queixo. Olhares fixos um no outro... Tensão que aumenta. Seus braços se cruzaram, travados. Me enchi de coragem e agarrei um de seus braços tesos pela timidez, alcancei a sua mão.

Pronto, foi dada a largada... Me convidou para sentar ao seu lado e...bom... ou seria melhor dizer booom?

Basta dizer que foi uma tarde linda e que a sintonia, a tão rara e tão sonhada sintonia existe sim e quando a gente menos espera é que ela aparece, surpreendentemente aparece.