terça-feira, 26 de junho de 2007

Lua cheia de paz


Andei uivando pra lua há uns dias atrás. Era pra ter postado alguma coisa sobre aquela lua que brilhou há mais ou menos uns quinze dias, mas me deu preguiça. Preguiça de Macunaíma mesmo. Mas não esqueci dela; ela ficou na minha cabeça e agora é que tô com vontade de escrever sobre ela.

Sentei no espaço reservado aos professores no intervalo, um espaço aberto com algumas plantas e árvores, acendi o meu cigarro e olhei pra ela... linda, envolta numa auréola brilhante que, juro, tinha as cores do arco-íris. Sabe aquela lua que começa amarelada e gigante no início da noite e depois vai ficando prateada? Pois é, uma dessas. Tão brilhante que era possível enxergar São Jorge montado em seu cavalo espetando o dragão com a sua lança. (colocando a imaginação pra funcionar, é possível ver mesmo).

Mas o fato é que aquela visão me trouxe uma paz tremenda, de um jeito que fazia tempo que não sentia e acabou me inspirando uns versinhos vagabundos que gostaria de colocar aqui:


A lua nua crescente,
lambente...

Lua cheia de desejo
dum beijo ardente

a lua míngua
con-fusão de línguas...

A lua re-nova o coração da gente
nova-mente


***

Lua mansa descansa o coração em desassossego
Já o medo não existe mais e tanto faz...
A nudez da lua me trouxe paz.





domingo, 24 de junho de 2007

O casamento da minha irmã caçula - capítulo terceiro


Segura que a bomba-relógio tá pra explodir! Ontem foi o dia da despedida dos noivos do culto de jovens e menores da igreja, onde os dois são auxiliares. Até eu fui, que fazia séculos que não ia à igreja. Mas foi uma choradeira só, Deus me livre... Mas foi legal.

Depois do culto, a igreja em peso foi ver a casa deles, que finalmente ficou pronta. Tá linda. Mas um entra e sai infinito de gente infinito, e o casal correndo feito dois doidos.

E o vídeo com as fotos que será exibido na cerimônia quase matou meus pais de emoção. Ao som de "From this moment on", de Shania Twain, a vida dos dois foi contada através das fotos. O meu cunhado fotogênico até ficou bonitinho, até porque minha irmã do meio faz até defunto ficar fotogênico. Ela deveria fazer um curso de fotografia, tem talento pra coisa. Eu apareço em duas delas, uma com o cabelo pega-rapaz (credo!) e outra recente. Sou muito mais eu hoje, aos quase trinta e um.

Uns problemas de última hora com o salão onde será realizada a cerimônia causou mudanças no cardápio do bifê, picos de stress altíssimos e prejuísos no bolso, mas agora acho que está tudo bem.

Os convidados trazendo os presentes. Eles já ganharam uns três faqueiros e acho que uns três conjuntos de sobremesa. A imaginação do povo anda fraca. Curioso é que ela ainda não ganhou nenhum liquidificador. O povo deve ter pensado: "liquidificador é um presente muito previsível, ela vai ganhar um monte, vamos dar outra coisa." Mas até agora...

Essa semana vai ser dose... Depois eu apareço aqui pra falar como foi tudo.


From This Moment On
Shania Twain
Composição: Shania Twain/Lange


(I do swear that I'll always be there. I'd give anythingand everything and I will always care. Through weaknessand strength, happiness and sorrow, for better, for worse,I will love you with every beat of my heart.)


From this moment life has begun
From this moment you are the one
Right beside you is where
I belongFrom this moment on

From this moment I have been blessed
I live only for your happiness
And for your love
I'd give my last breath
From this moment on

I give my hand to you with all my heart
Can't wait to live my life with you, can't wait to start
You and I will never be apart
My dreams came true because of you

From this moment as long as
I liveI will love you,
I promise you this
There is nothing
I wouldn't give
From this moment on


You're the reason
I believe in love
And you're the answer to my prayers from up above
All we need is just the two of us
My dreams came true because of you

From this moment as long as
I liveI will love you,
I promise you thisThere is nothing
I wouldn't giveFrom this momentI will love you as long as

I liveFrom this moment on


quarta-feira, 20 de junho de 2007

Agitos


Semana agitada... Participei da quadrilha da festa junina dos meus alunos da noite na sexta passada... Caí de pára-quedas, substituindo no ensaio da quinta-feira o aluno que faria o papel do pai da noiva. Pois é, quadrilha com direito a encenação e tudo. Os alunos gostaram tanto da minha atuação que disseram que a partir daquele momento eu é que faria o papel: "professora, você é que tem que fazer o papel porque vc é o cara!" Achei o comentário, no mínimo, irônico. Me diverti um bocado na sexta, apesar da trabalheira que aquela festa deu.

E o casamento da minha irmã cada vez mais perto. Contagem regressiva, só não sei se pro casamento ou se pra explosão de uma bomba-relógio. Pelo stress do povo em casa, parece que tá mais pra segunda alternativa.

Ontem fui acompanhar um aluno meu da oitava série que ficou entre os finalistas em um concurso de redação promovido pela Petroquímica. O tema era o "Efeito estufa e o aquecimento global" . O menino, num total de 1.080 inscritos, ficou entre os 12 primeiros. Ele não ganhou o prêmio, mas o fato de ter ficado entre os 12 conta muito, né. Foi um barato, cerimônia com direito a bifê de café-da-manhã e muitas fotos. Finalmente um acontecimento bom dentro dessa selva que é o trabalho com o magistério.

À noite foi a vez da colação de grau da minha irmã do meio, seis meses depois do fim do curso. Ela leu o juramento do curso. Achei a cerimônia bonita, mas um pouco extravagante em alguns momentos. Um casal de cantores estilo Jane e Erondi cantou músicas melosas, acompanhados de um teclado estilo Frank Aguiar. Beleza. O mestre de cerimônia tinha a voz igualzinha ao do Sérgio Boca, um locutor de rádio que nos anos 90 apresentava um programa romântico brega, e que eu escutava sempre, confesso. Foi emocionante e engraçado.

Tô aqui agora, escrevendo e pensando em um monte de coisas que tenho e que quero fazer. Cara, eu nunca fui tão desorganizada assim... Sempre estabeleci metas pra minha vida. Agora, mal sei o que vou fazer com os meus alunos daqui a pouco na aula... Ow cabeça.


quinta-feira, 14 de junho de 2007


Tô aqui na escola num momento de folga. De repente me deu vontade de escrever. Nem que seja pra dizer nada. Meus colegas aqui falando sobre a festinha junina que vai acontecer na escola amanhã. Vai ser uma correria só, tô até vendo. Vou estar na parte das comidas. Olha a encrenca! Onde eu fui amarrar o meu burro!

Participei ontem de mais uma manifestação promovida pelo sindicato para poder lutar pelos nossos direitos. Essas manifestações são ótimas pra gente reencontrar pessoas que não vê há muito tempo. Eu sempre encontro pelo menos uma.

Quanto aos nossos direitos, sempre ficam pra depois. Muito bla bla bla, muito discurso inflamado, mas as conquistas mesmo são poucas, e às vezes, nenhuma.

Ambiente de sala dos professores. Nessa escola até que os colegas se ocupam menos em falar mal dos alunos e dos colegas, como normalmente acontece. O povo é mais descontraído aqui. Mesmo assim, eu evito participar muito das conversas. Só o essencial pra não ficar estressada. quanto menos eu falar e ouvir, melhor.

Eu tô tranqüila. Até quando, não sei...

Sábado tem sarau com festa junina no IMES. No mesmo dia, show do Teatro Mágico. Acho que já fiz minha escolha pelo sarau. Alguma coisa diferente.

Deixa eu ir que o assistente de direção acabou de me pedir pra adiantar umas aulas. O dever me chama! Fui.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Vivendo...


Falta assunto. Ou não? Na verdade não falta. Nunca tive tanto assunto na vida. Vida profissional inerte. Vida amorosa agitada. O ano mal chegou aos seus meados e eu já tenho um balanço pra fazer dele: algumas decepções, alguns arrependimentos, algumas alegrias, vários momentos de stress talvez desnecessários...
Ainda continuo com medo de algumas coisas, mas aliviada por outro lado. Alguns grilos se resolvendo, outros aparecendo. Me despedaçando por um lado, mas encontrando quem junte os pedaços e cole no lugar.
Enfim, estou vivendo, e a vida é assim mesmo, uma avalanche que leva quem tiver pela frente.

domingo, 3 de junho de 2007

O casamento da minha irmã caçula - Capítulo segundo


Discussões sem motivo aparente, mãe que chora pelos cantos, atraso na entrega dos convites. Mau humor. Assim está o clima em casa. Claro que não é sempre, porque senão ninguém agüentaria. Eu diria até que na maioria das vezes a gente faz até piada com a própria tensão.
Primeira grande lição do dia: ria de si mesmo antes que os outros riam de você.

Eu finalmente fui alugar o meu bendito vestido de festa. Azul roial com um decote em V no busto. Longo. Foi feito para mim, do jeito que eu queria. Até experimentei os outros pra agradar às minhas insistentes irmãs, que queriam ter o gostinho de me ver enfiada em vários modelos de vestido pra ver como eu ficava. Mas assim que bati o olho naquele vestido azul, pensei: é esse. E o sapato de salto alto? Quem disse que eu conseguia me equilibrar naquilo? O salto nem era tão alto, mas era fino demais; me deram um outro também de salto alto mas só que mais largo. Aí deu certo.
Segunda grande lição do dia: cair do salto jamais, em circunstância alguma!

A casa deles ainda não está montada. Aos poucos os móveis estão sendo instalados. A minha irmã criou caso com a loja que mandou um sofá que ela não havia escolhido, segundo ela, sofá "cor-de-bosta". Só faltou pular no pescoço do vendedor, processar a loja, entre outras coisas. No final das contas, o sofá já armado na sala, ela olhou pra ele e pensou: "é, até que é bonitinho, mudei de idéia, vou ficar com ele!"
Terceira grande lição do dia: mude de idéia e não peça desculpas ou se sinta culpado(a) por isso!


Hoje o casal foi tirar umas fotos pra colocar no telão que será exibido no dia da cerimônia. É moda agora isso: pegar aquelas suas fotos atuais e antigas e enfiar num telão que contará a história da sua vida e da do seu par através delas. Daí é bom ter cuidado pra não escolher aquelas fotos antigas em que você tá usando aquelas roupas horrorosas do início dos anos noventa, com aquele cabelo esfarelado e franja cortada reta na altura dos olhos. Ou aquelas de criança em que você está montado naqueles jeguinhos pintados de zebra.
Quarta grande lição do dia: compre uma máquina digital urgente e evite eternizar micos!
Salve a tecnologia! Bendito seja o botãozinho "delete" dessas máquinas.
Eu já avisei a minha irmã que não quero foto minha no telão que não seja aprovada previamente por mim.
E as fotos de hoje? Minha irmã do meio tirou várias mas tá difícil de escolher... o talento do meu cunhado para modelo fotográfico ofusca as fotos: olhar penetrante, que a gente só pode ver pela imaginação, já que os olhos estão quase sempre fechados; sorriso sem jeito porque é impossível mesmo dar um jeito de fazê-lo sorrir de verdade. Mas um dia você chega lá, né cunhadão! Acho até que isso acontece porque ele já tem consciência do peso da responsabilidade que vai carregar nas costas: agüentar o gênio forte da minha irmã não é facil.
Bom, o fato é que o casório tá perto mesmo, e parece que a ficha do povo não caiu ainda. Ai meu Deus...