terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Um ano feito de quartas-feiras de cinzas

O ano começou de fato agora... após o Carnaval
Começaram as aulas e eu consegui ficar esse ano na mesma escola que fiquei o ano passado. Se isso será bom ou ruim, talvez eu já esteja começando a sentir. Na verdade o que me levou a "escolher" essa escola foi o fato de ficar mais perto pra mim, além de eu ter feito bons amigos por lá. Mas em termos profissionais, acho que vou sofrer mais do que sofri o ano passado.
O meu esforço esse ano vai ser no sentido de fazer o melhor possível. Repito: o melhor POSSÍVEL. Preciso desse trabalho e sei que ainda falta muito pra eu gostar dele. Tenho que suportar certas coisas porque realmente preciso dele. Acho que não é difícil entender isso.
Infelizmente, já desde o primeiro dia de aula as impressões foram as piores: a falta de organização é tão grande que eu me pergunto como é que os alunos podem levar a sério uma escola que já se mostra despreparada pra recebe-los desde o primeiro dia.
Antes de mais nada, não quero dizer que estou culpando a escola. Se houve despreparo, foi por conta do próprio sistema de ensino. Em pleno primeiro dia de aula, ainda havia professores na coordenadoria de educação escolhendo aulas, o que fez com que houvesse falta de professores, e conseqüentemente o improviso foi inevitável na tentativa de acolher os alunos e atendê-los.
Pode ser que eu esteja sendo ingênua, mas o certo seria que todos os professores - titulares, adjuntos, comissionados - já estivessem sabendo para qual escola iriam e quais turmas teriam antes do início das aulas. Aqueles três dias de reunião de planejamento que nós temos todos os anos antes do início deveria servir também para organizar a escola de fato para receber os alunos no primeiro dia, com cada professor sabendo em qual sala entraria, nem que fosse preciso esticar esses três dias para quatro ou cinco, mas aí sim faria sentido dizer que planejamos a volta às aulas de verdade.
São tantas incoerências e as soluções seriam tão simples que me deu até vontade de fazer uma complementação pedagógica pra ter a habilitação necessária para pelo menos me tornar diretora de escola e tentar fazer a coisa funcionar, nem que fosse de um jeito oficioso, já que as normas oficiais impostas pelo sistema de ensino só atrapalham desde o início.
Sou ingênua mesmo, mas ainda bem que essas minhas vontades malucas só duram cinco minutos.
O fato é esse. Mais um ano letivo está aí e a única coisa que eu peço a Deus é que eu não seja mais uma dos muitos professores que com certeza pedirão afastamento médico por conta de problemas psiquiátricos causados pelo stress no trabalho.

Um comentário:

Dan... disse...

Meu bem, o que vc chama de "ingenuidade" é compromisso com o ato de educar...

Sem dúvida alguma Paulo Freire gostaria de ter uma seguidora como vc, que buscaria mudar a escola tradicional e se preocupar com a educação dos seus alunos.

Agora, no que diz respeito a sua pós-graduação... Bingoooooooooo!!!
Apoio demais essa ideia... Que tal você ser a diretora da escola e me convocar como seu professor de sociologia?!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Beijo, beijo, beijo...