sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O professor e o sonho do aluno ideal



Escola nova, tudo cheirando a novo, pessoas novas, isso desperta a expectativa de que tudo vai ser diferente esse ano. Não importa se a realidade mostra que cerca de 62% dos meus alunos são meninos e que desses, uma parte está com idade defasada em relação à série que vai cursar, o que é um provável sinal de futuras dores de cabeça, não importa. Parece que antes do ano letivo começar, todos os milagres são possíveis.

Parece que em nosso cérebro de eternos sonhadores que todos nós professores somos, o ínício de um novo ano letivo é a possibilidade de fazer diferente o que não deu certo no ano anterior. Criamos em nossa mente, antes do início efetivo das aulas, um aluno virtual, com o qual conseguiremos dialogar em momentos de conflito, com o qual poderemos trocar novos aprendizados, com o qual poderemos criar um ambiente de colaboração mútua também envolvendo sua família, entre outros aspectos.
Tudo é possível antes do início do ano letivo. E não é por falta de vontade nossa, como alguns gostam de dizer por aí, que algumas vezes chegamos ao final do ano sem ter atingido os objetivos estabelecidos no início do ano. O trabalho educativo é uma relação de troca, como eu já disse e, para que haja troca, é preciso que os dois lados estejam abertos ao diálogo.

Por diversos fatores (sociais, econômicos, intelectuais, culturais etc.) , essa troca não acontece da maneira adequada, o que, por sua vez, resulta no distanciamento professor-aluno. Só que não quero buscar culpados. Assim como não atribuo essa falta de sintonia exclusivamente ao professor, também não a atribuo somente ao aluno. Mas discutir isso agora não importa.

Gostaria apenas de voltar daqui a uns quatro meses pra falar sobre o assunto novamente e poder dizer que esse aluno virtual, que nós idealizamos antes do início das aulas, é realmente passível de tornar-se um aluno real, de carne e osso, mente e espírito.

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